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Como o exercício fortalece o cérebro

A atividade física melhora a saúde cognitiva e mental de várias maneiras. Veja por que isso acontece e como aproveitar esses benefícios.

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Se o exercício pode ou não causar o crescimento de novos neurônios em humanos adultos, um feito anteriormente considerado impossível e uma perspectiva tentadora para tratar doenças neurodegenerativas, ainda está em debate, mas, mesmo que não seja possível, a atividade física é excelente para o cérebro, melhorando o humor e a cognição por meio de diversas mudanças celulares.

 

Quais são os benefícios específicos?

 

O exercício oferece ganhos cognitivos de curto prazo. Estudos mostram que, imediatamente após uma sessão de atividade física, as pessoas se saem melhor em testes de memória e outras funções executivas. Isso pode ocorrer porque o movimentar-se aumenta a liberação de neurotransmissores no cérebro, principalmente epinefrina e norepinefrina.

Essas moléculas são necessárias para prestar atenção às informações. A atenção é essencial para a memória de trabalho e o funcionamento executivo.

Os neurotransmissores dopamina e serotonina também são liberados com o exercício, o que é considerado uma das principais razões pelas quais as pessoas se sentem tão bem depois de uma corrida ou passeio de bicicleta.

Os benefícios para o cérebro realmente começam a surgir, no entanto, quando nos exercitamos consistentemente ao longo do tempo. Estudos mostram que pessoas que se exercitam várias vezes por semana têm pontuações mais altas em testes cognitivos do que pessoas mais sedentárias. Outras pesquisas descobriram que a cognição de uma pessoa tende a melhorar após participar de um novo programa de exercícios aeróbicos por vários meses.

Uma ressalva: os efeitos na cognição não são enormes e nem todos melhoram no mesmo grau. Você não adquirirá uma supermemória só porque se exercitou.

A atividade física também beneficia o humor. Pessoas que se exercitam regularmente relatam ter uma melhor saúde mental do que aquelas que são sedentárias. E programas de exercícios podem ser eficazes no tratamento da depressão e ansiedade, levando alguns psiquiatras e terapeutas a prescreverem atividade física. smiley

Talvez o mais notável seja que o exercício oferece proteção contra doenças neurodegenerativas. A atividade física é um dos comportamentos de saúde que se mostrou ser mais benéfico para a preservação da função cognitiva e para reduzir o risco de Alzheimer e demência.

 

Como o exercício faz tudo isso?

 

Tudo começa com os músculos. Quando nos exercitamos, eles liberam moléculas que viajam pelo sangue até o cérebro. Algumas, como um hormônio chamado irisina, têm qualidades algo neuroprotetoras e estão ligadas aos benefícios cognitivos do exercício.

Um bom fluxo sanguíneo é essencial para obtermos os benefícios da atividade física e convenientemente, o exercício melhora a circulação e estimula o crescimento de novos vasos sanguíneos no cérebro. Há uma chance maior de que as moléculas sinalizadoras que vêm dos músculos sejam entregues ao cérebro.

Uma vez que esses sinais estão no cérebro, outros produtos químicos são liberados localmente. A principal delas é um hormônio chamado fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) que é essencial para a saúde dos neurônios e para a criação de novas sinapses entre os neurônios. É como um fertilizante para as células cerebrais se recuperarem de danos e também para que as sinapses nas células nervosas se conectem umas com as outras e mantenham essas conexões saudáveis.

Um maior número de vasos sanguíneos e conexões entre os neurônios pode aumentar o tamanho de diferentes áreas cerebrais. Esse efeito é especialmente notável em adultos mais velhos, pois pode compensar ao menos parcialmente a perda de volume cerebral que ocorre com o envelhecimento. O hipocampo, uma área importante para a memória e o humor, é particularmente afetado, pois sabemos que ele encolhe com a idade e sabemos que, se nos exercitarmos regularmente, podemos evitar/diminuir esse declínio.

O efeito do exercício no hipocampo pode ser uma das maneiras pelas quais ele ajuda a proteger contra a demência de Alzheimer, que está associada a mudanças significativas nessa região cerebral. O mesmo vale para a depressão; o hipocampo é menor em pessoas deprimidas, e tratamentos eficazes para a depressão, incluindo medicamentos e exercícios, aumentam o volume dessa área.

 

Qual tipo de exercício é melhor para o cérebro?

 

Os especialistas enfatizam que qualquer exercício é bom, e o tipo de atividade física parece não importar tanto, embora a maioria das pesquisas tenha envolvido exercícios aeróbicos. Contudo exercícios de maior intensidade parecem trazer maiores benefícios cerebrais.

Melhorar o seu nível geral de aptidão cardiovascular também parece ser a chave. Depende da dose: quanto mais você melhorar seu nível cardiorrespiratório, melhores são os benefícios.

 

Bibliografia:

 

Running increases cell proliferation and neurogenesis in the adult mouse dentate gyrus

Exercise Holds Immediate Benefits for Affect and Cognition in Younger and Older Adults

The Immediate Effects of Acute Aerobic Exercise on Cognition in Healthy Older Adults: A Systematic Review

Systematic review and meta-analysis investigating moderators of long-term effects of exercise on cognition in healthy individuals

Association between physical exercise and mental health in 1·2 million individuals in the USA between 2011 and 2015: a cross-sectional study

Exercise training increases size of hippocampus and improves memory

Differential associations of engagement in physical activity and estimated cardiorespiratory fitness with brain volume in middle-aged to older adults

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